PEQUENO ESTUDO BÍBLICO
Salmos 1:1 “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.”
O Salmo primeiro é o salmo da bem-aventurança, da alegria, do regozijo, da felicidade, porém, chama-nos a atenção o fato de o rei Davi apresentar a bem-aventurança apontando para um único homem: “Bem-aventurado o homem…” (v. 1).
Por que o salmista não disse ‘bem-aventurados os homens’? Ora, nas escrituras temos várias passagens que enfatizam a bem-aventurança de todos quantos confiam em Deus.
Ex:
“Beijai o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se acender a sua ira; bem-aventurados todos aqueles que nele confiam” ( Sl 2:12 );
“Bem-aventurados os que guardam os seus testemunhos, e que o buscam com todo o coração” ( Sl 119:2 ).
O que distingue o homem do Salmo primeiro, verso 1, dos homens do verso 12, do Salmo segundo? A distinção está no fato de o homem ditoso (bem-aventurado) não andar segundo o conselho dos ímpios.
Qual é o conselho dos ímpios? Ora, o conselho dos ímpios tem por base o engano, a mentira, a falsidade, e não a palavra de Deus, que é a verdade “Os pensamentos dos justos são retos, mas os conselhos dos ímpios, engano” ( Pv 12:5 ).
O conselho dos ímpios é formado pelos religiosos em Israel, que utilizavam a lei por pretexto, porém, seguiam os desvarios dos seus corações enganosos. “Portanto o Senhor disse: Como este povo aproxima-se de mim com suas bocas, e com seus lábios me honram, porém tem afastado seu coração para longe de mim, e seu temor com relação a mim é ensinado pelo preceito de homens”. ( Is 29:13 ).
O salmo 12 apresenta a essência do conselho dos ímpios:
“Cada um fala com falsidade ao seu próximo; falam com lábios lisonjeiros e coração dobrado. O SENHOR cortará todos os lábios lisonjeiros e a língua que fala soberbamente. Pois dizem: Com a nossa língua prevaleceremos; são nossos os lábios; quem é SENHOR sobre nós?” ( Sl 12:2 -4).
Com coração enganoso, os fariseus falavam entre si e, diante do Cristo, o enviado de Deus, declaravam: Quem é o Senhor sobre nós? Ninguém entre os religiosos judeus falava a verdade, antes com a língua destilavam veneno semelhante ao da serpente (Sl 58:1 “Acaso falais vós, deveras, ó congregação, a justiça? Julgais retamente, ó filhos dos homens? 2 Antes no coração forjais iniquidades; sobre a terra pesais a violência das vossas mãos. 3 Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, falando mentiras. 4 O seu veneno é semelhante ao veneno da serpente; são como a víbora surda, que tapa os ouvidos,”
Cristo não trilhou pelo conselho dos ímpios porque obedeceu a palavra de Deus em verdade, e nunca houve engano em sua boca.
“Quanto ao trato dos homens, pela palavra dos teus lábios me guardei das veredas do destruidor” ( Sl 17:4 ).
A impiedade é condição que decorre de nascimento, e não de comportamento. Os homens alienam-se de Deus desde o ventre, e no ventre se tornam ímpios em função da condenação ocorrida no Éden ( Sl 58:3 ).
O Salmo 1 apresenta um conselho formado por ímpios, homens oriundos e um geração má e que nunca se lavaram da imundície herdade de Adão ( Pv 30:11 Há uma geração que amaldiçoa a seu pai, e que não abençoa a sua mãe. 12 Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas que nunca foi lavada da sua imundícia.). Os ímpios falam mentiras desde que nascem, porém, há o conselho dos ímpios: homens que se organizam entorno de uma doutrina, um pensamento, uma religiosidade, e impõe-na aos outros.
A mentira do conselho dos ímpios procede do coração enganoso que receberam quando do nascimento natural ( Jr 17:9 “O coração é enganoso acima de todas as coisas, e desesperadamente perverso; quem pode conhecê-lo?”). É em função deste coração enganoso que Jesus alertou os escribas e fariseus, dizendo:
“Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca“ ( Mt 12:34 ).