TEXTO: Filipenses 1:12 “Quero ainda, irmãos, cientificar-vos de que as coisas que me aconteceram têm, antes, contribuído para o progresso do evangelho;” ara
TEMA: REFLETIDO COM O PASSADO COM DISCERNIMENTO.
INTRODUÇÃO:
Paulo está preso, mas o evangelho está livre (Fp 1:7 “Aliás, é justo que eu assim pense de todos vós, porque vos trago no coração, seja nas minhas algemas, seja na defesa e confirmação do evangelho, pois todos sois participantes da graça comigo.”) o que o apóstolo está dizendo que vivemos na perspectiva de Deus quando sabemos que o evangelho é mais importante que a nossa liberdade. A divulgação do evangelho é mais importante que a vida do obreiro. O evangelho é o oxigênio que Paulo respira.
Temos que vivemos na perspectiva de Deus quando sabemos que o evangelho é o maior presente de Deus para a humanidade (Fp1:5 “pela vossa cooperação no evangelho, desde o primeiro dia até agora. 6 Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus.” ara).
1 – Paulo não se concentra no seu sofrimento com autopiedade. (Fp 1:12a “Quero ainda, irmãos, cientificar-vos de que as coisas que me aconteceram”)
Paulo estava preso, algemado, impedido de viajar, de visitar as igrejas e de abrir novos campos. Ao escrever, porém, à igreja de Filipos, não enfatiza os seus sofrimentos, mas o progresso do evangelho. A Palavra é mais importante que o obreiro. O vaso é de barro, mas o conteúdo do vaso é precioso. O que importa não é o bem estar do obreiro, mas o avanço do evangelho (Fp 4:12 “Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade.” arc) outra versão (Fp 4:12 “Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter mais que o suficiente – em tudo e de todas as formas aprendi o segredo de estar bem alimentado, com fome, ter abundancia, ou passar necessidade.” Judaica).
2 – Paulo faz uma leitura do passado pela ótica da soberania de Deus.
Paulo passara por muitas lutas até chegar a Roma. Ele foi perseguido, açoitado e preso. Mas em momento algum perdeu de vista a direção soberana de Deus em todos esses acontecimentos. (2Co 4:8 “Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; 9 perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;”; Atos 16:23 “E, depois de lhes darem muitos açoites, os lançaram no cárcere, ordenando ao carcereiro que os guardasse com toda a segurança.”; 2 Co11:24 “Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites menos um;”).
Paulo não considerou os seus sofrimentos como fruto do acaso, não acreditava em casualidade nem no determinismo. Ele sabia que a mão soberana da Providencia guiava o seu destino e que os seus sofrimentos estavam incluídos nos planos do Eterno para o cumprimento de propósito mais elevados (Atos 9:4-19 (16 padecer o mesmo que sofrer)) (Fp 3:12 “Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. 13 Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, 14 prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. 15 Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento; e, se, porventura, pensais doutro modo, também isto Deus vos esclarecerá. 16 Todavia, andemos de acordo com o que já alcançamos.”) outra versão (Fp 3:12 “Não que eu já a tenha obtido ou que já tenha alcançado o alvo – não, continuo a persegui-lo, na esperança de apropria-me do que o Messias Yeshua alcançou para mim. 13 Irmãos, eu, de minha parte, não considero que já o tenha alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me do que ficou para trás de mim e me esforçando para obter o que está a minha frente, 14 continuo à procura do objetivo para ganhar o prêmio oferecido pelo chamado celestial de Deus no Messias Yeshua. 15 Portanto, todos os que são maduros devem continuar prestando atenção a isso, e, se pensarem de modo diferente a respeito de algo, Deus também o revelará a vocês. 16 Apenas que nossa conduta esteja no mesmo nível que já alcançamos.” Judaica)
3 – Paulo olha para o passado e vê um proposito divino em tudo que lhe aconteceu. (Fp 1:12 “têm, antes, contribuído para o progresso do evangelho;” ara).
Primeiro, ele foi perseguido em Damasco (At 9:23-25). Após converte-se na capital da Síria, Paulo anunciou Jesus nessa cidade (At 9:20,21). Dali foi para a região da Arábia, onde ficou cerca de 3 anos, fazendo uma reciclagem em sua teologia (Gl 1:15-17). Voltou a Damasco (Gl 1:17) e, agora não apenas prega, mas demonstra meticulosamente que Jesus é o Cristo (At 9:22). Então, em vez de ser acolhido, é perseguido. Precisa fugir da cidade para salvar a sua vida (At 9:23-25). Essa perseguição deve ter sido um duro golpe para Paulo.
Segundo, ele foi rejeitado em Jerusalém (At 9:26-28). Quando chegou a Jerusalém, na igreja-mãe, os apóstolos não confiaram nele. Paulo, então, sentiu a dor de ser rejeitado. A aceitação é uma necessidade básica da vida humana. Ninguém pode viver saudavelmente sem amor. Não somos uma ilha. Foi então que apareceu Barnabé, o filho da consolação, para abraça-lo, valorizá-lo e integrá-lo na vida da Igreja (At 9:27).
Terceiro, ele foi dispensado do campo pelo próprio Deus (At 22:17-21). No apogeu da sua empolgação, no auge do seu trabalho, Deus mesmo apareceu a ele em sonhos e o dispensa da obra. Deus o manda arrumar as malas e sai de Jerusalém. Paulo não entende e discute com Deus. Para ele, Deus estava cometendo um erro estratégico, tirando-o de cena. Deus, porém, não muda; é Paulo quem precisa mudar e mudar-se. Diz o texto sagrado, em Atos 9:31 “A igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judeia, Galileia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do Senhor, e, no conforto do Espírito Santo, crescia em número.”), que, quando Paulo arrumou as malas e foi embora, a igreja passou a ter paz e a crescer. Esse foi um doloroso golpe no orgulho desse homem.
Quarto, ele foi esquecido em Tarso (Atos 9:30). Paulo ficou cerca de 10 anos em sua cidade, sem nenhuma projeção, fora dos holofotes, atrás das cortinas, em completo anonimato. Deus o esvazia de todas as suas pretensões, golpeia o seu orgulho e coloca o machado na raiz de seus projetos mais Embalado.
Quinto, ele foi colocado na sombra de outro líder (At 13:2 “E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado.”). Convocado por Barnabé para estar em Antioquia da Síria, reinicia o seu ministério. Depois de 1 ano de intenso trabalho nessa igreja, o Espírito Santo disse: (At 13:2b “Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado.”). Observe que os escolhidos não são Saulo e Barnabé, mas Barnabé e Saulo. Você já foi o segundo alguma vez? Já ficou na sombra de outra pessoa? Já foi reserva de alguém? Antes de ser um grande líder, Paulo precisou aprender a ser submisso. Quem nunca foi liderado, dificilmente saberá como liderar.
Sexto, ele foi apedrejado e arrastado como morto na cidade de Listra (At 14:19). Paulo estava fazendo a obra de Deus, no tempo de Deus, dentro da agenda de Deus, e mesmo assim foi apedrejado. Contudo, ele não ficou amargurado nem se decepcionou com o ministério. Ao contrário, prosseguiu fazendo a obra com alegria.
Sétimo, ele foi barrado por Deus no seu projeto (At 16:6-10). Paulo queria ir para a Ásia, mas Deus o impediu. Ele tinha uma agenda, e Deus outra. Paulo teve de abrir mão de sua vontade para abraçar a vontade de Deus. Importa ao obreiro obedecer, sempre.
Barnabé – é um primeiro profetas e professores (mestres) da igreja em Antioquia – Pais judeus, da tribo de Levi.